quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Horóscopo Lunar Celta

Em todas as sociedades Celtas, os druidas desempenharam um papel primordial.
Aconselhando Reis, ensinando as ciências, dominando a medicina e a astronomia. É
também o sacerdote, o Juiz e a memória do povo. É representado de túnica branca,
de foice de ouro na mão, cortando o visco, mas não deixou nenhum texto escrito
para testemunhar a sua sabedoria e os seus conhecimentos.
Sem dúvidas, os druidas eram uma comunidade de sábios e deixam poucos
vestígios materiais de sua existência. E para reconstruir a história dos Druidas e
encontrar a sua mensagem, apenas dispomos, infelizmente, dos testemunhos de
autores ao serviço do império romano e de histórias compiladas pelos monges
Irlandeses, Bretões e Gauleses da Idade Média; documentos tantas vezes
suspeitos, mas inúmeros e vindos de horizontes diferentes, permitem verificações,
e por vezes, algumas das suas informações são confirmadas pelas descobertas
arqueológicas. Deste modo, os historiadores, os lingüistas, os arqueólogos,
reconstituem a pouco e pouco a sua herança perdida.
A sabedoria dos Druidas soube tornar os Celtas despreocupados, livres e alegres. O
seu destino pessoal numa batalha deixava-os indiferentes. Nada se perfilava no
horizonte da sua passagem pela Terra. Uma outra vida feliz, sem inferno nem
purgatório, os esperava no Outro Mundo.
Sabe-se pelos relatos dos Celtas insulares que este Outro Mundo, espécie de
universo paralelo, "o Sid", podia simbolicamente situar-se numa ilha do oceano, no
extremo ocidental; ali, onde desaparece o Sol ao anoitecer, estava a Ilha; ou ainda
ser imaginada no norte do mundo como a ilha de Avalon.
Todos os anos, em 1º de Novembro, a festa de Samhain, que marcava o início do
ano celta, o tempo e o espaço deixavam de existir e os dois Mundos comunicavamse.
As elevações neolíticas, as áreas cobertas, os túmulos, os dólmens, com
corredores, serviam de ponto de contato privilegiados com o mundo dos
desaparecidos: prova de que os Celtas e os Druidas não tinham a menor dúvida
sobre a antiguidade e a função funerária destes monumentos.
A morte das Florestas
"Muito sábios", mas também "Homens do Bosque", “Homens da
Árvore", "Homens do Carvalho", sem dúvida foram os Druidas.
Todos os testemunhos concordam neste aspecto: poetas,
geógrafos, historiadores associaram os Druidas às florestas.
Por este motivo a conquista da Gália se duplicou numa guerra
contra as árvores; e César "foi o primeiro a ousar pegar num
machado, brandi-lo e rachar com ferro um Carvalho perdido
nas nuvens", refere Lucano.
A desarborização intensiva da Gália pelos romanos contribuiu
tão eficazmente para o desaparecimento dos Druidas e Celtas.
Quando S. Patrício, em meados do século
V, veio especialmente a Glastonbury com o
intuito de cristianizar definitivamente o
lugar Celta sagrado, começou por mandar
abater com machado e alvião todas as
árvores que cobriam a célebre colina do
Tor.
Lutar contra as árvores era ainda nesta
época uma forma de combater o Druidismo e a Cultura Celta.
Nas clareiras, no coração das profundas florestas, protegidas pela penumbra das
criptas vegetais, os Druidas transmitiam pacientemente aos seus discípulos a sua
sabedoria imemorial: estes afirmavam conhecer a grandeza e a forma da Terra e
do mundo, os movimentos do Céu e dos astros, bem como a vontade dos Deuses. E
durante muito tempo, seja numa gruta, seja nos pequenos vales arborizados
afastados, ensinavam ao seu povo uma doutrina secreta.
Na sua célebre descrição da apanha do visco pelos Druidas, Plínio, o Velho afirma
que a cerimônia se realizava ao sexto dia da Lua, "que assinala entre eles o começo
dos meses, dos anos e dos séculos que duraram 30 anos”. Os Brâmanes chamavam
ao sexto dia da Lua Mahatithi, o Grande Dia.
Os Druidas, seus homólogos, consideravam este mesmo dia como particularmente
sagrado e dotado de uma força considerável. A revolução sideral da Lua é de 27
dias, 7h e 43 minutos. É o tempo que o astro leva a voltar a uma mesma posição
no céu em relação às estrelas.
Um século de 30 anos dos Druidas contém 401 meses de revolução sideral. É por
isso que, por exemplo, nos romances da Távola Redonda, inspirados na tradição
Celta, os Cavaleiros Guardiões do Graal são 400, número a que se vem juntar a
figura do Rei.
A Lua e o planeta Saturno têm um parentesco curioso: no dia, a Lua decorre sobre
a elíptica a mesma distância que Saturno no ano. Sem nos perdermos em
pormenores, digamos que 30 dias da Lua equivalem a 30 anos de Saturno.
De acordo com um texto de Plutarco, de facie in orbe lunae, foi possível deduzir
que o século de 30 anos dos Druidas começava quando o planeta Saturno,
Nyctouros, entrava no ciclo do touro, ou seja, quando todos os 30 anos, nesta
época, Saturno e a Lua no seu sexto dia se viam em conjunção com a pequena
constelação das Plêiades, a noite da festa de Samhain.
Mas se os séculos de 30 anos eram calculados em função do ciclo de Saturno e da
revolução sideral da Lua, o calendário de todos os dias, como o encontrado em
Coligny, em contrapartida, baseava-se na revolução sinódica, quer dizer, nos
intervalos de tempo que separa duas fases idênticas do astro, ou seja, 29 dias 12h0
e 44minutos.
Um período de 5 anos chamava-se LUSTRE. Um ciclo druídico completo tinha 6
LUSTRES ou 30 anos. Uma era druídica tinha 630 anos ou 126 lustres.
A diferença entre revolução sideral e a revolução sinódica deve-se ao movimento da
Terra. Existem 50 meses de revolução sinódica da Lua em quatro anos, e 150 em
12 anos. O número 50 e 150 (ou três vezes 50) surgem constantemente nas
narrativas da cultura Celta, em particular na Tradição Irlandesa.
Com os romances da Távola Redonda, é a corte do Rei Artur que recorda este
sistema; com efeito, segundo os poetas, os cavaleiros reúnem-se aí quer em
número 12 quer de 50 ou ainda de 150. Assim, a corte do mundo sensível do Rei
Artur opõe-se ao reino espiritual do Graal.
Plutarco, no texto já citado, conta que os habitantes das ilhas dispersas em redor
da Grã-Bretanha, afirmam que Saturno é mantido prisioneiro pelo seu filho Júpiter
na ilha nórdica de Ogígia. O planeta Júpiter percorre a elíptica em 12 anos, ou seja,
150 meses de revolução sinódica da Lua. A história Celta referida por Plutarco
desvenda talvez apenas uma oposição entre dois modos de contar tempo.
Os Druidas não ensinaram uma religião, mas uma metafísica da Natureza. A sua
Confraria reuniu a aristocracia do saber e da filosofia. Guias espirituais eram
também cientistas, físicos, astrônomos...
Um dos fatos mais interessantes na cultura celta era a afinidade com a natureza, os
celtas realizavam a contagem dos dias através do nascer e do por do sol. Levandoos
a contarem as noites e não os dias, criando assim uma ligação perfeita entre o
céu e a terra, entre o sol e a lua.
Assim o dia começa quando o sol se põe; ao contrário do que “vivenciamos”
atualmente. O dia se inicia com a Lua, com a Deusa mostrando que é hora de
trabalhar o mistério, o oculto, o morrer.
Ao amanhecer, o Deus vem fecundar e nutrir a Deusa, para que mais um dia possa
ser gerado. Aceitar, entender esta prática sem fazer qualquer ligação com
feitiçarias, para alguns é muito difícil, mas, para os Sacerdotes dos Celtas – Os
Druidas – e para a cultura celta em geral, estes ensinamentos são de imensa
profundidade.
Os druidas deram a cada um dos meses do ano o nome de uma das suas árvores
sagradas; assim como fizeram com o alfabeto ogham. Cada letra deste alfabeto era
representada por uma árvore, que, por sua vez, representava um período do ano. A
este período demos o nome de mês; isto para fazermos um paralelo entre as duas
culturas.
Ogham Chart
Ogham Letra
Latina
Nome em
IrAr.
Nome em
IrMod Nome em Português
B Beithe (beth)
Beith
Betúla (Vidoeiro)
L Luis Luis
Sorveira
F Fearn Fearn
Amieiro
S Sail Sail
Salgueiro
N Nin Nion
Freixo
H Uath (Huath) Uath Pilriteiru (Espinheiroalvar)
D Dur (Duir) Dair
Carvalho
T Tinne Tinne
Azevinho
C Coll Coll
Aveleira
Q Quert Ceirt
Macieira
M Muin Muin Vinha (silva, amoreirosilvestre)
G Gort Gort
Hera
nG Getal
(nGetal)
nGéadal giesta-das-vassouras
(Cytisus scoparius)
Str Straif Straif
Espinheiro-negro
R Ruis Ruis
Sabugueiro
A Ailm Ailm
Abeto-Prateado
O Onn Onn
Tojo
U Úr Úr
Urze
E Edad Eadhadh Álamo-Branco (Faia-
Negra)
I Ida Iodhadh
Teixo
EA Ebad Éabhadh Álamo-Branco (Faia-
Negra)
OI Oir Ór evônimo (genero
Euonymus)
UI Uilleann Uilleann
Madressilva
IO Ifin Ifín
Groselha
AE Emancoll
(Phagos)
Eamhancholl
Hamamélis
O Horóscopo Celta Lunar não foi desenvolvido baseado nos movimentos da lua
(como alguns devem estar imaginando), mas sim nos períodos do ano em que suas
árvores sagradas tinham uma maior predominância de suas características e
propriedades.
Desta forma, veja através das linhas que se seguem, qual árvore rege o período do
ano que você nasceu.
A natureza era a companhia do homem primitivo. Ela fornecia abrigo e alimento e, em
retorno, a humanidade a reverenciava. As religiões primitivas louvavam as pedras e
montanhas, os campos e florestas, os rios e oceanos.
A Voz da Floresta é uma ponte mítica entre o mundo dos deuses e o dos homens, entrelaçado
com a veneração que os Celtas tinham pelas árvores. Como uma representação do universo, as
raízes das árvores habitam o solo, o conhecimento profundo da Terra.
E o tronco une as raízes ao céu, trazendo este conhecimento à luz.
MÊS ÁRVORE SÍMBOLO
Dez 24 a Jan 20 Bétula Águia ou Veado
Jan 21 a Fev 17 Sorveira brava Dragão Verde
Fev 18 a Mar 17 Freixo Tridente
Mar 18 a Abr 14 Amieiro Pentáculo
Abr 15 a Mai 12 Salgueiro Serpente
Mai 13 a Jun 09 Espinheiro Cálice
Jun 10 a Jul 07 Carvalho Roda de Ouro
Jul 08 a Ago 04 Azevim Lança em Chamas
Ago 05 a Set 29 Aveleira Salmão
Set 30 a Out 27 Videira Cisne
Out 28 a Nov 23 Hera Borboleta
Nov 24 a Dec 22 Sabugueiro Pedras
Dez 23 Visco Corvo
Para aumentar os poderes de cada uma dessas árvores seria apropriado que você
tivesse algum objeto feito da madeira da árvore que corresponde ao seu signo. E se
você preferir, tenha o elemento que simboliza a sua árvore para que suas
características e propriedades terapêuticas possam agir sobre você, além de trazer
proteção.
Awen

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